O Flamengo, gigante do futebol sul-americano, vive um momento crucial na CONMEBOL Libertadores 2025. Com uma vantagem mínima de um gol, o Rubro-Negro enfrenta o Internacional no Beira-Rio nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília). O objetivo é a tão almejada vaga nas quartas de final. Contudo, mais que a vitória, paira sobre o elenco e a comissão técnica a sombra das eliminações traumáticas e precoces. Elas marcaram as últimas edições do torneio. O time carioca tenta, a todo custo, evitar o “déjà vu” de reveses que culminaram em profundas reviravoltas no comando técnico do clube. A projeção interna é clara: chegar, no mínimo, às semifinais. Isso é essencial para apagar as lembranças amargas e reafirmar sua posição de protagonista.
O trauma de 2023: a queda para o Olimpia
A temporada de 2023 ainda ecoa nas memórias rubro-negras. Foi um ano de desilusões, e a eliminação nas oitavas de final da Libertadores foi um dos seus capítulos mais dolorosos. Após vencer o jogo de ida por 1 a 0, o Flamengo viajou ao Paraguai com a vantagem, mas sucumbiu diante do Olimpia, perdendo por 3 a 1. O resultado não causou a demissão imediata do técnico Jorge Sampaoli. Contudo, marcou o início do fim de sua passagem. O clima, já conturbado por episódios como a agressão do preparador físico ao jogador Pedro, deteriorou-se ainda mais. A troca de comando só veio após o vice-campeonato da Copa do Brasil para o São Paulo, evidenciando uma relutância em agir prontamente que custou caro.
Essa eliminação foi a quinta do Flamengo em 2023. Foi um ano que começou com a perda de títulos importantes, como a Supercopa do Brasil, o Mundial de Clubes, o Campeonato Carioca e a Recopa Sul-Americana, ainda sob o comando de Vítor Pereira. No entanto, a queda na Libertadores sob Sampaoli teve um sabor ainda mais amargo. O time, então atual campeão da competição, detinha a vantagem do empate. Porém, a estratégia, ou a falta dela, levou à ruína. A escalação do 30º time diferente em 30 jogos por Sampaoli demonstrou instabilidade e falta de uma base sólida. Mesmo com Bruno Henrique abrindo o placar em Assunção, a defesa rubro-negra se mostrou vulnerável. O Olimpia aproveitou a fragilidade aérea, marcando três gols em lances onde os jogadores paraguaios subiram sozinhos. Assim sendo, selaram o destino do Flamengo na competição.
2024: A eliminação para o Peñarol e a saída de Tite
A história se repetiu de forma dolorosa na temporada passada. O Flamengo, sob o comando de Tite, foi eliminado nas quartas de final da Libertadores pelo Peñarol. O revés começou no Maracanã. Lá, o Rubro-Negro viu sua invencibilidade de mais de cinco anos no estádio pela competição chegar ao fim. Uma derrota por 1 a 0 para os uruguaios, em um jogo marcado por pragmatismo excessivo e uma alarmante falta de criação ofensiva, acendeu o sinal de alerta. No Uruguai, o time não conseguiu sair do 0 a 0. Consequentemente, deu adeus à competição de forma precoce mais uma vez.
A eliminação teve consequências imediatas. Tite não resistiu à pressão e foi demitido dias depois. A diretoria, aprendendo com os erros do ano anterior, optou por uma ação rápida. A manutenção de Sampaoli após a queda na Libertadores resultou no vice da Copa do Brasil. Por isso, a percepção de um trabalho estagnado levou à decisão de trocar o treinador mesmo às vésperas da semifinal da Copa do Brasil. A aposta da vez foi Filipe Luís, que assumiu o cargo. A mudança, por sorte, surtiu efeito, e o título da competição nacional veio semanas depois, atenuando um pouco a frustração da Libertadores.
Filipe Luís e o desafio da temporada 2025: a redenção na Libertadores
Filipe Luís, agora efetivado no comando técnico do Flamengo, enfrenta seus próprios desafios. A eliminação precoce na Copa do Brasil deste ano, onde o clube caiu nas oitavas e não atingiu a meta de ficar entre os quatro melhores, adiciona uma camada de pressão. Para a sequência de seu trabalho e a consolidação de sua gestão, é fundamental cumprir o objetivo de chegar, no mínimo, às semifinais da Conmebol Libertadores 2025.
É importante ressaltar que o principal desejo rubro-negro para 2025 é o título brasileiro. Contudo, uma campanha sólida e vitoriosa na competição continental é vital para a confiança do elenco. Também é crucial para a estabilidade do trabalho de Filipe Luís e a reconexão com a torcida, que anseia por ver o Flamengo novamente no topo da América. O jogo contra o Internacional é mais do que uma simples partida; é um teste de resiliência e a chance de reescrever um histórico recente de decepções na Libertadores.
O Flamengo precisa deixar para trás os fantasmas do passado e focar na construção de um futuro vitorioso. A lição das eliminações de 2023 e 2024 deve servir de aprendizado, não de entrave. Com um elenco talentoso e a experiência de quem já levantou a taça, o Rubro-Negro tem a oportunidade de mostrar que a “tranquilidade intranquilizadora”, como mencionou Arthur, pode se transformar em uma força motriz para alcançar os objetivos e devolver a alegria à Nação. Será que 2025 será o ano da redenção na Libertadores?
