
O ano era 2016, Jair Ventura ainda era o técnico, e o Glorioso vencia por 2 a 0 no Luso-Brasileiro. Desde então, uma sequência incômoda se arrastou até a tarde deste domingo, 3 de agosto de 2025, no Estádio Nilton Santos. Pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Botafogo perdeu por 2 a 0 para o Cruzeiro, viu sua invencibilidade em casa ruir e, de quebra, amargou a primeira derrota de Davide Ancelotti no comando da equipe.
Começo tenebroso e erros determinantes
O jogo começou com cara de pesadelo e assim se manteve até o fim. A postura do time já dava sinais de alerta: acuado, errando passes curtos e sem controle do meio-campo, o Botafogo foi dominado desde os primeiros minutos. Aos quatro, Kaio Jorge já assustava. Aos nove, Barboza tomava cartão amarelo que o tira do próximo jogo — e ali começava a novela de erros individuais que definiriam a partida.
Gol do Cruzeiro nasce de erro infantil
O primeiro gol foi um roteiro do que não se pode fazer no futebol profissional. O goleiro John repôs a bola de forma displicente e entregou nos pés de Matheus Pereira. O camisa 10 celeste teve tempo de dominar, pensar e acionar Kaiki Bruno, que cruzou rasteiro. Christian passou por Alex Telles como quis e mandou para as redes. John, mal posicionado, ainda tentou reagir, mas era tarde demais.
Matheus Pereira amplia e escancara falhas da defesa
O Botafogo tentou respirar, mas seguiu tropeçando em si mesmo. Aos 40 minutos, nova falha — e novamente com Barboza. O zagueiro não acompanhou a arrancada de Kaio Jorge, que percorreu quase 80 metros com a bola dominada. Kaio Pantaleão até tentou cobrir, mas Matheus Pereira apareceu de trás, aproveitou o espaço deixado por Marlon Freitas, e mandou o segundo do Cruzeiro, num dos piores tempos do Glorioso sob o comando de Davide.
Lesões, cartões e um elenco exposto
No intervalo, a conta começou a chegar. Kaio Pantaleão sentiu a coxa e saiu para a entrada de David Ricardo, escancarando o problema crônico da zaga: não há um zagueiro reserva destro no elenco. A diretoria sabe, a torcida cobra, e o gramado grita.
No segundo tempo, Allan levou o segundo amarelo da tarde e também está fora contra o Fortaleza. As opções diminuem, e os buracos do elenco aparecem com mais força a cada jogo.
Reação tímida e um segundo tempo de “quase”
O segundo tempo trouxe alguma esperança. Cuiabano e Joaquín Correa entraram bem e deram outra dinâmica pelo lado esquerdo. Savarino acertou a trave, Arthur Cabral teve a chance… e furou. Cássio foi gigante quando precisou — e o Botafogo, mesmo com 20 minutos melhores, não foi capaz de superar o goleiro cruzeirense.
Danilo, o aguardado reforço, entrou já no fim e praticamente não participou. A sombra para Arthur Cabral, cada vez mais necessária, ainda não chegou.
Derrota dolorosa — e que exige resposta imediata
A derrota em casa dói. Pela sequência histórica contra o Cruzeiro, pelo momento da tabela e, principalmente, pela atuação desastrosa. Não se trata apenas de perder — isso faz parte do futebol. Mas perder jogando mal, errando o básico e dando a impressão de que nada foi aprendido nas últimas rodadas é o que mais preocupa.
Agora, o Botafogo precisa virar a chave rapidamente. A próxima parada é em Bragança Paulista, contra o Red Bull Bragantino, antes do jogo com o Fortaleza — onde Barboza e Allan já são desfalques. A luz de alerta está acesa, e Ancelotti terá seu primeiro grande teste como gestor de crise.
O torcedor merece mais
É hora de reagir, de reorganizar e de respeitar o peso da camisa. Porque o torcedor, esse sim, continua lá e ele merece mais.
