Botafogo em crise com Textor e Eagle

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Se você acha que os problemas do Botafogo se limitam ao desempenho dentro de campo, está muito enganado. Por trás das cortinas, o clube vive um verdadeiro cabo de guerra entre John Textor, dono da Eagle Football, e os interesses que cercam a gestão da SAF do Alvinegro. Essa disputa, marcada por embates jurídicos, tensões internas e uma possível venda da SAF, pode impactar diretamente o futuro do clube. Segundo reportagem do ge.globo.com, Textor ainda é o dono da Eagle, mas na prática… está ali só de figurante.

John Textor, dono do Botafogo. Fonte: Wagner Meier/Getty Images

Textor Fora do Comando, Mas Ainda no Controle

John Textor, que inicialmente era o principal nome à frente da Eagle Football e do Botafogo, foi afastado do comando do Lyon, clube francês que ele ajudou a comprar com apoio financeiro de fundos internacionais. No entanto, ele mantém oficialmente a propriedade da Eagle, empresa que controla o Botafogo, embora sem participar das decisões diárias. Essa divisão é parte de um acordo feito com a Ares, uma das empresas financiadoras da compra do Lyon, que defende a separação total das atividades de Textor entre os clubes.

Por conta disso, a Eagle quer vender o Botafogo para outro investidor, mas impõe uma condição: Textor precisa se afastar temporariamente da gestão durante o processo de venda para evitar conflitos de interesse. Internamente, dirigentes do Botafogo veem essa manobra como uma tentativa de afastar Textor do poder, um movimento que não agrada o clube social, liderado por João Paulo Magalhães, que apoia o empresário americano.

A Batalha Jurídica e o Papel do Clube Social

O clube social tem sido o principal pilar que mantém Textor com status de “intocável” dentro do Botafogo. Recentemente, para impedir qualquer mudança abrupta na estrutura de comando, enviou uma carta para a Eagle, protegendo os interesses do dono da SAF. Isso causou um impasse, já que a Eagle, em retaliação, acionou a Justiça pedindo a suspensão de atos de Textor sem sua aprovação. Essa guerra judicial ganhou um capítulo tenso quando a SAF do Botafogo entrou na Justiça pedindo que as ações da Eagle fossem congeladas para garantir que Textor permaneça à frente do clube. A Eagle, por sua vez, contra-atacou, exigindo controle sobre as decisões e limitando a autonomia de Textor.

O Botafogo no Meio do Fogo Cruzado

Enquanto a batalha política e jurídica se desenrola, o Botafogo sente os reflexos dentro do próprio clube. O time, que luta para se estabilizar dentro do Campeonato Brasileiro, enfrenta um ambiente cheio de incertezas e preocupações nos bastidores. Além disso, o clube cobra do Lyon cerca de R$ 410 milhões referentes à venda de jogadores importantes como Luiz Henrique, Jair, Igor Jesus e Savarino. A negociação foi dificultada pelo fato de que o Lyon estava impedido de contratar oficialmente, o que resultou em valores abaixo do esperado. Essa pendência financeira é mais um fator que deixa o ambiente instável.

Auditores da Eagle no Nilton Santos

A Eagle tem enviado representantes ao Estádio Nilton Santos para uma auditoria detalhada. Esses profissionais acompanham a rotina do clube, revisam relatórios financeiros e avaliam procedimentos desde o início da SAF, em 2022. Essa presença constante é vista como um sinal de que a Eagle quer total controle e transparência para avançar em uma possível venda. Nesse cenário, o técnico Davide Ancelotti tem recebido atenção especial da diretoria. O treinador é visto como uma peça fundamental para manter o ambiente do vestiário equilibrado em meio à turbulência institucional. Até o momento, a avaliação é positiva, e ele tem conseguido blindar os jogadores da pressão externa.

O Futuro Incerto do Botafogo

O cenário atual indica que a solução para essa crise dependerá de decisões judiciais e negociações complexas entre as partes envolvidas. Textor está disposto a negociar a recompra da SAF, mas as condições impostas pela Eagle dificultam um acordo rápido. O clube social atua como um fiel da balança, tentando preservar seus interesses e garantir que o Botafogo não perca sua identidade. Até que essa disputa seja resolvida, o Botafogo segue navegando em águas turbulentas, com o time buscando estabilidade em campo enquanto luta para superar as turbulências nos bastidores.

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