Banco Central mantém Selic em 15% ao ano em setembro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu em 17 de setembro de 2025 manter a taxa Selic em 15,00% ao ano. A decisão, unânime, já era amplamente esperada pelo mercado financeiro e reflete o esforço da autoridade monetária em conter as pressões inflacionárias que ainda persistem no horizonte de 2025 e 2026.
Mas o que significa, na prática, manter os juros nesse patamar elevado? Quais os impactos para consumidores, empresas e investidores? Vamos analisar.
O que decidiu o Copom em setembro de 2025
Placar da decisão
Todos os nove membros do Copom votaram pela manutenção da Selic em 15% a.a. A decisão não surpreendeu analistas, que já precificavam essa postura como parte de uma estratégia de “espera vigilante”.
Expectativas do mercado
Pesquisas com economistas indicavam consenso de que a taxa seria mantida, diante da inflação resistente e das incertezas externas. Para muitos, a discussão central não era “se” manter, mas “até quando”.

Por que a Selic foi mantida em 15%
Inflação acima da meta
O centro da meta de inflação para 2025 é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No entanto, as expectativas seguem acima de 4,5%, mostrando que a ancoragem ainda não foi conquistada. Com isso, cortar juros agora poderia reacender pressões de preços.
Riscos fiscais e externos
Além da inflação, há preocupações com:
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Cenário fiscal: aumento do déficit primário e incertezas sobre medidas de contenção de gastos.
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Ambiente externo: juros ainda altos nos EUA, desaceleração da China e volatilidade geopolítica.
Esses fatores levam o Banco Central a adotar cautela máxima.
Impactos da Selic em 15%
Crédito ao consumidor
Com juros básicos elevados, o custo do crédito permanece alto. Financiamentos, cartões de crédito e empréstimos pessoais seguem com taxas que muitas vezes ultrapassam três dígitos ao ano. Isso reduz a demanda por consumo financiado e afeta especialmente famílias endividadas.
Investimentos e renda fixa
Por outro lado, os investidores encontram oportunidades em títulos públicos e privados atrelados à Selic, que oferecem rendimento elevado com risco baixo. Isso incentiva a migração de capital da Bolsa para a renda fixa.
Bolsa e câmbio
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Bolsa de Valores: tende a sofrer, já que empresas enfrentam crédito caro e consumidores retraídos.
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Câmbio: a Selic alta ajuda a segurar a fuga de capitais, mas fatores externos ainda pesam na cotação do real frente ao dólar.
Comparativo histórico — Selic nos últimos anos
| Ano | Selic média | Contexto |
|---|---|---|
| 2022 | 13,75% | Ciclo de alta para conter inflação pós-pandemia |
| 2023 | 14,25% | Persistência de choques externos e fiscais |
| 2024 | 14,75% | Inflação acima da meta exige manutenção |
| 2025 | 15,00% | Patamar mais alto da década, manutenção em setembro |
Tabela — principais indicadores econômicos (setembro/2025)
| Indicador | Último dado | Meta/projeção | Situação |
|---|---|---|---|
| Selic | 15,00% a.a. | — | Mantida pelo Copom |
| Inflação (12 meses) | 4,8% | Meta: 3% | Acima do centro da meta |
| PIB (2025, estimativa) | 1,2% | 2,0% | Atividade em desaceleração |
| Câmbio | R$ 5,10/USD | — | Volátil, mas relativamente estável |
| Desemprego | 8,5% | — | Leve queda, mas ainda elevado |
O que esperar nos próximos meses
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Ata do Copom deve detalhar os riscos monitorados.
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O mercado deve observar os próximos dados de inflação para projetar cortes futuros.
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Há consenso de que eventuais reduções na Selic só ocorreriam a partir de 2026, caso a inflação convirja à meta.
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Investidores devem continuar priorizando títulos de renda fixa e estratégias defensivas.
Conclusão e chamada à ação
A manutenção da Selic em 15% reforça o compromisso do Banco Central com a estabilidade de preços, mas também prolonga os desafios para o crédito e para a economia real. Consumidores enfrentam juros altos, enquanto investidores se beneficiam da renda fixa.
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